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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Moussa



Provérbio africano: ”Deus é a própria actividade do bem; os feiticeiros, ou comedores de gente, é que são a fonte da inveja ou do mal ”.

“Moussa”

A história da África Austral onde Moçambique se insere remonta ao Paleolítico. Foi através de descobertas arqueológicas que se constatou a existência de povos nómadas caçadores-recolectores, originários da actual República do Congo designados por Khoisan.
Pejorativamente designados por bosquímanos (bushman), os khoisan são actualmente o mais pequeno grupo linguístico sul-africano. Conhecidos pelo facto das suas consoantes serem estalidos efectuados com a língua, vivem no Calaári, deserto arenoso e salgado que abrange parte do Botswana prolongando-se pela Namíbia, Zimbabué e África do Sul. Na Tanzânia inclusive, ainda hoje se encontram alguns povos com traços khoisanoides.
Ao longo da sua expansão pela África subsariana os povos Bantos, guerreiros oriundos da África Central, expulsaram os Khoisan e ocuparam a Zâmbia, as savanas da África Austral e Oriental e chegaram às regiões do actual Zimbabué e da África do sul nos anos 200/300 D.C.
Em 1200 D.C. nesta região, os Shona edificaram um aldeamento de pedra (Zimbabué), centrado no planalto da Mashonalândia. O primeiro grande Império Africano, o Monomotapa, reino organizado à semelhança dos modelos feudais europeus que teve o seu auge no século XV, estendeu-se até ao Oceano Índico e rio Limpopo, dominando rotas do ouro e avançadas técnicas de metalurgia.
A palavra Banto, composta por ba – prefixo indicativo de plural e nto – homem, designa o grupo humano de onde descende a maioria dos povos africanos a sul do Equador. Na mesma língua, Zimbabué significa casa de pedra. Em 1200 D.C. os Shona ocuparam o planalto do Zimbabué e no século XV, o Grande Zimbabué capital da Machonalândia, foi o centro do Império Monomotapa, Mwenemutapa (senhor das minas) edificado pelas etnias Shona-Karanga. Além de pastores e agricultores os Banto já dominavam técnicas avançadas de prospecção de ouro e a metalurgia do ferro, o que explica a complexidade e hierarquização das suas sociedades.
Estabelecidas na Costa Oriental desde o século VII as comunidades Árabes-Swahílis, mantinham entrepostos para comercializar produtos do interior, sobretudo ouro, outros metais e marfim, por artigos diversos. No século X, Al-Masu'di um viajante estudioso considerado o Heródoto-Árabe, já mencionava nos seus escritos as terras de Sofala e o comércio do ouro entre o Império Momonotapa, árabes e indianos.
Reza a história que o território moçambicano tomou o seu nome do árabe Moussa, notável de Kiloa que assumiu a chefia das comunidades islâmicas de Quelimane, Angoche e Moçambique, fundando um xecado na Ilha de Moçambique.
No século XV quando os portugueses aportaram Moçambique, o reino Monomotapa que dominava as rotas do ouro encontrava-se em fase de declínio, tendo mais tarde caído nas mãos dos Rozwi. O Império Rozwi ou Changamire, sobreviveu até à Mfecane na década de 1830.
Moçambique e Portugal estão interligados desde o século XV pelo fenómeno da expansão marítima e a consequente colonização do território além de outras partes de África e Brasil, um processo com o passar dos tempos foi adquirindo cariz temporário, sublinhado por propósitos essencialmente económicos e individuais.

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